Brinquedos de plástico, matéria-prima de 90% dos produtos infantis, fazem mal às crianças e ao planeta. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), sob encomenda do Instituto Alana, divulgada pelo site da revista Exame.
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O policloreto de vinila, popularmente conhecido como PVC, possui substâncias consideradas tóxicas, associadas a problemas hormonais e alguns tipos de câncer. Ainda que em situações normais o material não seja problemático, o contato intenso de crianças com os brinquedos que possuem o PVC em sua composição aumenta o risco à saúde.
Vânia Zuin, professora e pesquisadora da UFSCar, Brasil (GPQV) e professora visitante da Universidade de York, UK (GCCE), que coordenou o estudo, diz ao site da revista que é preciso ficar atento à composição dos brinquedos de plástico, sobretudo aos materiais de origem duvidosa.
Além de serem prejudiciais à saúde das crianças, eles também trazem problemas para o meio ambiente. Até 2030, os brinquedos vão gerar 1,38 milhão de toneladas de plástico no Brasil. Seriam necessários 198 mil caminhões de lixo para descartar todo esse volume. A boneca mais vendida do mundo está diretamente relacionada aos danos ambientais.
Foram mais de 800 milhões de exemplares L.O.L. Surprise, criada pela empresa americana MGA Entertainment, vendidos. As embalagens descartadas apenas dessa boneca são suficientes para dar 24 voltas ao redor da Terra.
Segundo JP Amaral, mobilizador do programa Criança e Consumo do Instituto Alana, com as estratégias de marketing direcionadas ao público infantil pela indústria de brinquedos, devemos refletir sobre o consumismo desenfreado que se gera por este mercado e, consequentemente, seus impactos na saúde infantil e no meio ambiente.
A adoção da economia circular, o incentivo à troca de brinquedos e o estímulo às brincadeiras ao ar livre são algumas das soluções propostas para amenizar o impacto dos brinquedos de plástico na saúde das crianças e no planeta.